Joanesburgo, África do Sul. Primeiras impressões

Já devidamente instalados em Joanesburgo e ainda pouco adaptados ao fuso horário, podemos contar nossas primeiras impressões da cidade. A ideia é registrar, logo nas primeiras horas, os principais pontos que chamaram nossa atenção e, antes de partimos, compará-los com o que vivemos depois.

Nossa primeira decepção: está chovendo muito aqui. Pelo que nossa host Amechi nos contou, não chove tanto desde que ela se mudou para cá, há 14 anos! How luck we are!!! Pra gente, até agora, Joburg (como a cidade é carinhosamente chamada por aqui) é um lugar cinza.

As primeiras pessoas que encontramos não foram as mais simpáticas. As comissárias do voo não falavam muito além de “tea or coffee”, “chicken or meat” e “seconds”, que significa se a gente quer repetir alguma comida. Bem pouco atenciosos também foram os ajudantes do balcão de informações e a mocinha que faz a faxina nos banheiros do aeroporto, mesmo a gente falando tudo em inglês.

Outra coisa meio esquisita foi a revista na saída do avião. Vimos duas pessoas negras sendo revistadas e uma terceira, também negra, que foi pega por um funcionário bem depois da saída. Esse funcionário saiu igual louco correndo atrás do cara porque outra funcionária ficou gritando: “ele, ele, ele”. Não ficamos esperando para ver o final da história, mas achamos estranho todos os branquelos como nós passando na boa, sem nenhuma interrupção.

No aeroporto não tinha nem um sinalzinho decente de wifi, então, tivemos que recorrer a um café. O garçom todo solícito disse que se comprássemos um café teríamos 30 minutos de internet free. Ok, café era meio carinho, 2 dólares, mas tudo bem. Depois que concordamos, ele nos falou que a conversão para pagamento em dólar era outra e o café custaria 3 dólares e que a internet na verdade era do aeroporto e não do café. Era apenas necessário um cadastro e não precisaríamos de fato comprar o café. Na hora não gostei, mas ele se redimiu depois e nos ajudou com algumas informações.

Joseph nos viu no balcão de informações e nos abordou no café uns 5 minutos depois. Ele é um taxista e trabalha no aeroporto. Fez umas contas rápidas tentando nos convencer que era melhor irmos para nossa casa de taxi ao invés de trem até a estação mais próxima e de lá de taxi. A passagem de trem realmente não é tão barata e pelas contas que ele fez o taxi também não seria. Negociamos e conseguimos 10% de desconto. Fomos com o Joseph. Mais tarde, descobrimos que o taxi não ficaria caro como ele havia nos afirmado, mas ainda assim valeu a pena.

O que nos conforta é que conversamos loucamente com ele durante o trajeto de aproximadamente 45 minutos e aprendemos algumas coisas sobre o país. O que mais no chamou a atenção foi ele insistir o tempo todo que não existe preconceito na África do Sul hoje, que todos são iguais e que as pessoas são 100% felizes. Ele usou exatamente essa expressão, 100% felizes.

imigração foi muito tranquila. No aeroporto, a mocinha do guichê pediu nossa passagem de retorno ao Brasil ou de saída de África do Sul. Disse a ela que no Portal do Itamaraty estava escrito que só era necessário o passaporte. Ela fez um pequeno terrorismo dizendo que a imigração era difícil e que teríamos problema. Tivemos, então, que imprimir as passagens de ida para Tailândia para pegarmos nosso cartão de embarque. Chegando aqui, o oficial olhou nosso passaporte, carimbou e só. Sem nenhum problema.

Transporte caríssimo e acomodação também. Um ticket para ir do aeroporto até um centro comercial importante aqui custa 160 rand por pessoa, equivalente a 19 dólares! Nós pagamos  43 dólares pela corrida de taxi E saímos no lucro, pode?

Ah, por incrível que pareça, trocar o dinheiro no aeroporto ficou mais barato que trocar em um shopping no centro.

Bom, agora, vamos bater perna e descobrir se o que dissemos aí em cima faz algum sentido.

 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Fiquei curiosa, quero saber o desfecho dessas impressões, pois numa primeira leitura tive a sensação de que é um povo que tenta tirar proveito da menor oportunidade.

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