Planejando seu bolso para uma viagem de volta ao mundo

Nem só de lugares lindos e paradisíacos vive uma viagem: muita ralação e planilhas de excel são parte fundamental. Você até pode querer fugir de alguma coisa quando decide viajar, mas não vai conseguir fugir de pagar por ela. E como não tem remédio, remediado está, já disse alguém muito sábio. Neste post, a gente conta como planejamos financeiramente para uma viagem de volta ao mundo.

Primeira coisa IMPORTANTÍSSIMA: não é preciso ser milionário para fazer uma mais longa. É verdade!!! Quem conhece o Paulinho e eu sabe que não somos herdeiros de famílias ricas e que nosso almoço na época da faculdade era bandejão mesmo. Por outro lado, não é uma aventura barata, possível de ser realizada sem nenhum sacrifício.

A segunda coisa IMPORTANTÍSSIMA se você tiver uma casa e carro próprios: também é preciso planejar a grana para mante-los minimamente decentes durante a sua ausência. Pagar o condomínio, contas de luz, financiamento, limpeza de vez em quando, além de seguro de carro, lavagem ocasional e etc. O planejamento nesta etapa tem que ser bem minucioso pra você não passar aperto durante a viagem.

Terceira coisa IMPORTANTÍSSIMA se você pediu demissão ou tirou uma licença do seu trabalho como freelancer: reserve uma grana para a sua volta. O ideal é uma reserva para 5 meses, pelo menos. Tem muita gente que eu conheço que consegue negociar com a empresa que trabalha uma licença não remunerada, ou seja, você continua no quadro de funcionários da empresa, mas sem receber salário e outros benefícios. A licença não remunerada está prevista na CLT e pode durar de 2 a 5 meses no geral.

Quarta coisa IMPORTANTÍSSIMA: o estilo da sua viagem. Em nosso caso, por exemplo, a viagem terá pouco luxo e pouco conforto. Vamos usar o máximo possível os pés para nos locomover, hostels e couchsurfing (expressão que significa “dormir no sofá”, em que é possível se hospedar na casa dos locais de forma gratuita), e pretendemos comer muita comida de rua e comprada no supermercado.

Quinta e última coisa IMPORTANTÍSSIMA: somos muito conservadores nesse quesito. Sempre adicionamos uma manga de 10% a 15% ao valor total. E, como tudo está orçado em dólar, calculamos com uma cotação 10% acima da média dos últimos meses.

Parte prática das finanças de uma volta ao mundo

É um pouco difícil saber exatamente quanto se vai gastar em cada cidade com cada item da sua planilha de orçamento. Minha sugestão para este caso é relaxar um pouquinho. Mesmo sem muita minúcia, você vai conseguir fazer um bom orçamento. Sabe aquele ditado famoso “façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço”? Bom, se aplica perfeitamente a mim neste caso: eu sou daquelas que controla o troco da bala de hortelã da Garoto! Se você é como eu, você vai se desesperar, mas não precisa.

Seguem alguns passos para quem quer fazer um orçamento bem detalhado.

Passo 1: Normalmente o tipo de hospedagem que você procura diz muito sobre o estilo de viagem que você quer fazer: baratinha, confortável ou luxuosa! Por isso, uma estratégia que usamos é ter o valor da hospedagem como referência. Em nosso caso, a hospedagem sempre representa aproximadamente 30% dos nossos gastos diários.

Assim, sugiro pesquisar os valores de hospedagem nas capitais dos países que você quer visitar e fazer uma regrinha de três. Por exemplo, em Bangkok na Tailândia, é possível encontrar hostels simples e até bem localizados a $18/$20 o quarto para o casal, o que significa uma média de gastos diários em torno de $60, $70 dólares o casal. Já na Rússia, o orçamento médio diário por casal gira em torno de $200, $220 dólares. Nota: nestas médias não estão inclusos passeios caros como voo de balão pela Capadócia ou Safari na África do Sul, e também não inclui passagens aéreas.

Para essa viagem, consideramos a média de $50 por pessoa/dia. Veja aqui o nosso roteiro.

Passo 2: Orçar as passagens aéreas é sempre um martírio necessário, pois elas representam uma grande parte do seu orçamento. Se sua viagem envolve muitos países, é importante fazer algumas simulações de rota para chegar ao melhor preço. Por exemplo, Hanoi no Vietnã é geograficamente mais perto de Hong Kong do que de Bangkok; no entanto, um voo para Hong Kong saindo de Bangkok costuma ser mais barato do que um voo saindo de Hanoi.

Bom, aí você entra no site, escolhe a rota, o preço aparece do ladinho e pronto. Certo? Eu não afirmaria isso. Há outros dois custos bem disfarçados que precisam de muita consideração: taxas de embarque e IOF.

Faça de conta que você vai comprar a passagem para ver os valores das taxas de embarque. Elas variam muito dependendo do país. Quer um exemplo? Quando tivemos a ideia de utilizar nossas milhas e fazer o trajeto para Tailândia via África do Sul, fiz a pesquisa de preços de passagens da África do Sul para a Tailândia e fui muito feliz por aproximadamente 2 minutos.

O valor da passagem era R$120 por pessoa. Lindo! Lindo! Mas as taxas de embarque… Elas são muito loucas na África do Sul: o valor aumentou 120%!!! A política que o país adota é: para os africanos as taxas são baixas, para estrangeiros, não. Simples assim. Final da minha história: como a economia foi muito grande, optamos por esse trajeto da mesma forma.

Muita gente nos perguntou se valeria a pena a passagem de volta ao mundo. No nosso caso, não valeria a pena porque ficaremos concentrados no lado leste do mundo e faremos muitos percursos de trem e ônibus. Se alguém quiser saber mais sobre esse ticket, é só me avisar que faço um post especial!

Último ponto de atenção no quesito passagens aéreas: incluir no valor final o IOF de 6,38% para compras com cartão de crédito. Algumas cias até oferecem a opção cartão de débito (como aconteceu com a gente na compra pela Jet Airways). Compramos a passagem por lá e quando olhei minha conta corrente o valor não havia caído como débito, mas sim na fatura do cartão. Na dúvida, seja sempre um pouquinho mais conservador em seu planejamento.

Passo 3: Pesquisar o valor das maiores atividades turísticas que você não pode deixar de fazer: o safari e o passeio de balão que comentei acima, mergulhos, passeio de triciclo, entre outros.

Passo 4: gastos com compra de eletrônicos e outros. Se você quer aproveitar, como nós faremos, para comprar câmeras fotográficas, notebooks a preços mais baixos, pesquise os valores aproximados pela internet, acrescente mais 10%, e inclua no seu orçamento. No nosso caso, faremos essas compras em Bangkok e já temos a loja certa. Tente sempre se planejar antes de partir, escolhendo a loja preferida, baseado em opiniões de outros viajantes. Isso ajuda a evitar muitas roubadas.

Resumindo, nossa viagem ficou orçada assim (vou excluir o mês que passaremos em Londres e colocar os valores em dólar para duas pessoas):

Gastos diários $100*150 dias = $15.000
Passagens aéreas $13.000
Total $28.000 / $ 14.000 por pessoa

Não é das viagens mais baratas, mas também não é nada impossível para quem tem dinheiro para comprar mediano (hoje em dia com o dólar nas alturas).

Sites que adoramos e que nos ajudaram em nossa volta ao mundo

Reserva de Hospedagem

Booking. O melhor na minha opinião. Além de resenhas e ranking sobre as opções de hospedagem e muitas opções de hoteis.

Airbnb. Uma espécie de couchsurfing pago. Você monta seu perfil em inglês, procura as opções de hospedagem, entra em contato com o dono da casa e acerta tudo com ele. O pagamento é realizado no próprio site. Super seguro.

Couchsurfing. Couchsurfing gratuito. Mesmo processo do Airbnb, mas você não precisa pagar.

Compra de passagem aérea

Air Asia. Para passagens em toda a Ásia

CTrip. Para passagens baratas na China

Google Voos, KaiakEdreams e Voopter. Para nós, ótimos comparadores de preços.

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Obrigada por ler! <3

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5 COMENTÁRIOS

  1. Panzis, acessei agora o blog, pouco depois de desejar boa viagem para vocês horas antes do vôo, e achei uma graça! Sua cara!

    Curtam bastante, economizem que nem a gente (USD 1 num tuk tuk x andar 12 km a pé em Bangkok) e voltem com as mochilas cheias de ‘causos’.

    Um beijo grande! Estou na torcida!

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