Porque poderíamos ter sido mais felizes em Bangkok

Andamos meio sumidos ultimamente porque tivemos (de novo!) problemas com internet aqui na China e porque nossa viagem para o Tibete cansou demais! Mas, voltamos e prometemos dar conta do prejuízo e atualizar todo mundo rapidinho. Para (quase) finalizar a Tailândia, esse post vai falar sobre Bangkok e o anterior (também novo) conta um pouco sobre nosso curso de mergulho e sobre a ilha tailandesa Koh Tao!

Bangkok foi nossa primeira e última cidade no sudeste da Ásia. Logo que chegamos da África do Sul, ficamos aqui 2 dias para nos adaptar ao novo fuso horário e nos preparar para o começo da viagem. O choque cultural foi imenso: ver aquele alfabeto todo estranho no aeroporto, aquelas centenas de barraquinhas espalhadas pela rua, a comida, o cheiro forte de pimenta e curry e o vai-e-vem de motos, bicicletas, carros e pessoas.

No aeroporto
No aeroporto

Pepsi
Pepsi

Os pequenos templos budistas em cada casa ou restaurantes, os grandes templos espalhados pela cidade, a tradição de não poder tocar as cabeças das crianças (porque a cabeça é algo sagrado), tirar os sapatos para entrar na maioria dos lugares e muito arroz empapado nas refeições. Em dois dias, Bangkok nos apresentou um mundo completamente e nos ofereceu uma espécie de degustação sobre como seria nossa viagem pelo sudeste asiático.

Um mês e meio depois, retornamos, esperando viver cinco dias de pura felicidade e fomos recebidos com um calor bem mais forte que da primeira vez. O calor e o sol foram tão implacáveis que me derrubaram. Fiquei de cama, com insolação. Graças ao nosso amigo mais que querido, e médico, Josenilson (que faz parte do que chamamos carinhosamente de “equipe de apoio da viagem”, rsrs), em dois dias eu já estava melhor. Mas aí foi a vez do estômago do Paulinho doer e ficarmos mais um dia de molho. E essa foi nossa primeira grande frustração da viagem.

Saímos de lá com uma enorme vontade de voltar. Sabe aquela paixãozinha que desenvolvemos por algumas coisas e lugares? Então, com Bangkok foi assim e este é o porquê estou escrevendo com uma pontinha de tristeza.

Entre os dois dias que sobraram, nós conseguimos visitar o Gran Palace, o Wat Pho, o Damnoen Saduak (mercado flutuante) e o Chatuchak Market, além da Kao San Road, claro.

Gran Palace

Onde fica: Thanon Sanam Chai Street (mas lembre-se de ter sempre o endereço escrito em tailandês se for pegar taxi)

Como chegar: da Kao San Road, de 15 a 20 minutos a pé sentido sul.

Quanto custa: 500 bath/pessoa (16 dólares)

Quanto tempo: por conta do sol, ficamos apenas 1h30, mas para conhecer com calma 3 horas é o ideal.

Gran Palace - visto de fora
Gran Palace – visto de fora

O Gran Palace é um conjunto incrivelmente lindo de templos e palácios localizado bem no centro da cidade. Alegre, colorido e repleto de gravuras que contam a história da antiga civilização asiática.

Gran Palace
Gran Palace

Dentre as belíssimas construções, há duas principais que saltam aos olhos: antigo palácio real e o templo Wat Phra Kaew, no qual reside o famoso Buda de esmeralda. O Buda de esmeralda é uma estátua verde cor-de-esmeralda, mas não feita de esmeralda e sim de jade, que hoje é o Buda mais cultuado de toda a Tailândia. Infelizmente não é permitido tirar fotos!

Gran Palace - Templo Wat Phra Kaew que abriga o Buda de esmeralda.
Gran Palace – Templo Wat Phra Kaew que abriga o Buda de esmeralda.

Gran Palace - antigo Palácio real
Gran Palace – antigo Palácio real

Para entrar no Gran Palace, precisamos cobrir os ombros e as pernas (mesmo os homens não podem entrar de bermuda), mas diferentemente dos outros templos na Ásia, eles emprestam calças, saias e camisas gratuitamente, então não é preciso levar nada.

Para conhecer mais sobre o lugar, é possível alugar um áudio-guia com tradução em inglês ou espanhol (não tem português) ou contratar um dos guias que ficam na porta de entrada oferecendo o serviço. Alugamos o áudio-guia por 200 bath (6 dólares), mas eu sugiro contratar um guia se encontrar um que cobre até 300 bath (9 dólares). Acreditem, vale a pena!

Gran Palace - minha camisa e a calça do Paulinho foram emprestadas lá mesmo.
Gran Palace – minha camisa e a calça do Paulinho foram emprestadas lá mesmo.

Gran Palace
Gran Palace

No mais, com ou sem guia, a visita é praticamente obrigatória para que vai a Bangkok. A beleza e grandiosidade impressionam qualquer um.

Wat Pho

Onde fica: também no centro, a um quarteirão do Gran Palace.

Como chegar: da Kao San Road, 20 minutos de caminhada.

Quanto custa: 100 bath/pessoa (3 dólares)

Quanto tempo: 2 horas

Wat Pho - guardinha da entrada.
Wat Pho – guardinha da entrada.

Wat Pho é também um conjunto de templos bem famoso na Tailândia porque dentro dele está o Buda deitado, inteirinho dourado, com 48 metros de comprimento e que parece bem confortável nesta posição, observando todo mundo que passa por ali. Fomos durante a manhã do segundo dia e já estava ficando bem cheio. Para visitar esses dois complexos, nosso conselho é o mesmo que de outros viajantes: ou logo de manhã ou no final da tarde, para evitar as multidões.

Wat Pho
Wat Pho

Wat Pho
Wat Pho

É nele em que fica a famosa estátua do Buda deitado, Uma estátua com quase 50 mestros de comprimento. Realmente bonita.

Buda deitado no Wat Pho
Buda deitado no Wat Pho

Lá também, eles emprestam um roupãzinho para quem não está com as vestimentas corretas. Sem custo e rapidinho.

Damnoen Saduak

Onde fica: fora de Bangkok, mais ou menos 100 km.

Como chegar: tour por uma agência ou por conta própria de taxi

Quanto custa: 200 bath/pessoa (6 dólares). Decidimos pelo tour com agência porque ficou mais barato.

Quanto tempo: 5 horas

Mercado flutuante
Mercado flutuante

Mercado Flutuante
Mercado Flutuante

Mercado Flutuante
Mercado Flutuante

Mercado flutuante
Mercado flutuante

Tá aqui um passeio que achamos bem fake. Explico. Antigamente, o mercado flutuante era um mercado tipicamente local, em que as pessoas que moraram nas margens dos rios usavam o rio para vender e comprar coisas. Assim, vendedores e compradores andavam em pequenos barcos ao longo dos rios fazendo negócios. Por isso, existem muitos mercados flutuantes e não somente um.

Mercado flutuante
Mercado flutuante

Damnoen Saduak é um dos mais famosos e foi por isso que fomos pra lá. Mas, não se iludam: famoso não significa legal e original. Não vou dizer também que é chato, é até interessante, mas a única coisa que vimos lá foram vendedores tailandeses tentando vender de tudo para os turistas: frutas, comida, souveniers, chapéus, roupa. E, para além do rio, o mercado se estendeu para as margens dele, onde encontramos corredores e corredores de lojas dos mesmos artigos. Tudo 100% voltado para o turismo.

O passeio. Uma van nos pegou no hotel e em 1h30 nos levou até o mercado. Lá, pegamos um barquinha motorizado que deu uma voltinha de 15 minutos com a gente nas redondezas do mercado (eu acho que esses 15 minutos existem para fazer você ter vontade de alugar outro barquinha depois). Chegamos na “entrada do mercado” e de lá tínhamos duas alternativas: alugar um outro barquinho (não está incluído no preço e custa 150 bath/pessoa, 5 dólares) ou olhar o mercado de fora em umas plataformas de madeira. Dentro do barco, não é possível ver a totalidade do mercado e você paga para andar 30 minutos e ficar ouvindo ofertas dos vendedores e respondendo toda hora “no thanks”. Pulamos essa parte e ficamos observando de fora, o que foi bem melhor e nos rendeu fotos mais interessantes.

Mercado flutuante
Mercado flutuante

O guia nos deixou andar pelo mercado por 1h e 30 minutos, mas se quiséssemos podíamos assistir a um tal de “show das cobras” ou andar pelo rio em cima do elefante. Alguém advinha o que escolhemos? Nenhum, claro! E ficamos de boa tomando sorvete e observando os vendedores.

Mercado flutuante
Mercado flutuante

Mercado Flutuante
Mercado Flutuante

Quando os vendedores veem que você está meio de bobeira, eles falam: “você ainda tem 1 hora, dá tempo de alugar um barco”. E aí, você pensa: “como eles sabem que eu tenho mais uma hora?” Mas, é claro que é tudo super combinado. E perto do nosso horário de saída, o mercado já estava ficando bem mais vazio.

Mercado Flutuante - você pode pagar para tirar foto com esse bichinho aí.
Mercado Flutuante – você pode pagar para tirar foto com esse bichinho aí.

Mesmo assim, aconselhamos o passeio. Dá pra ter uma ideia de como era esse mercado antigamente e também tirar boas fotos. Mas, não espere encontrar algo típico de verdade.

Chatuchak Market

Onde fica: no norte de Bangkok.

Como chegar: Estação de metrô Mo Chit.

Quanto custa: difícil essa. A entrada é grátis, mas se você for daqueles que adora comprar, pode sair de lá com dívidas para os próximos 5 meses.

Quanto tempo: mais difícil ainda. Nós reservamos uma manhã, mas para explorar todo o mercado com calma, pode levar até dois dias.

Já quase recuperados, em nosso último dia em Bangkok, seguimos o conselho de outros blogs e chegamos bem cedo no Chatuchak, perto das 9h. Algumas lojas ainda nem tinham aberto e o movimento já estava assim. O dia prometia!

Mas, entrando no mercado, percebemos que naquele horário o movimento fora era maior que dentro e conseguimos explorar com certa calma as lojinhas de roupa que ficavam na entrada. Num primeiro momento, os corredores pequenos e a disposição das lojas nos deram a impressão errada desse que é um dos maiores mercados abertos do mundo. Parecia menor, mas era realmente grande.

Chatuchak Market
Chatuchak Market

De repente, nos vimos imerso em um mar de produtos de tudo o que pode existir: de porcelanas a material escolar, de perfumes a ovos de codorna fritos. Tem até uma ala com roupas de grife, mais caras, mas bem bonitas. Impressionante. Claro que também nas redondezas do mercado se desenvolveu um mercado paralelo, formado principalmente por comida e bebida. Muito turista, mas também muito local. Por isso, achamos a experiência mais interessante.

Chatuchak Market
Chatuchak Market

O único problema que enfrentamos, e foi de fato a primeira vez que sentimos isso durante a viagem, foi querer comprar coisas. São tantas coisas lindas, bem feitas e baratas que nosso coração até apertou por perder aquela oportunidade. Infelizmente, para cada quilo adquirido, é um quilo a mais para carregarmos nas costas por mais 4 quases… Para nos alegrar um pouquinho, acabamos comprando umas camisetas, rsrs.

Chatuchak Market - porção de ovinhos de codorna fritos.
Chatuchak Market – porção de ovinhos de codorna fritos.

Outra diferença do Chatuchak é a forma como os vendedores se comportam. Diferentemente do resto da Tailândia e de toda Ásia, eles não imploram para você comprar, não te puxam do corredor e oferecem pouco ou quase nenhum desconto. Melhor não insistir, parece que eles se ofendem. Mesmo assim, compre. Muitas das coisas, não são encontradas facilmente por Bangkok (só saiba que os tênis e relógios são falsificados). Ou, se não quiser comprar nada, apenas visite e observe os locais.

Para todos os deslocamentos, usamos transporte público: metro e ônibus, basicamente. Bem fácil e barato. Por exemplo, um bilhete para uma viagem de ônibus sem ar condicionado custa 6,5 baht (0,20 dólar). Use o site www.transitbangkok.com/bangkok_buses para encontrar as rotas de ônibus e aventure-se por esses que ainda são um dos poucos lugares em que o contato com os locais é original!

Metro - olha que bonitinha a fila esperando o trem. Tem uma sinalização no chão e as pessoas seguem certinho.
Metro – olha que bonitinha a fila esperando o trem. Tem uma sinalização no chão e as pessoas seguem certinho.

Kaosan Road é a tão querida rua dos mochileiros. Nela, dá pra encontrar de tudo: albergues, bares, cafés, agências de turismo, massagens, roupas e muitas barraquinhas.

Nós fizemos uma massagem nos pés e outra no corpo. Eu gostei, mas o Paulinho além de não ter sentido diferença nenhuma, achou a massagem ruim. Vai de cada um! O que vale é experimentar, afinal de contas, você está na Tailândia e não vai conhecer a mais que famosa massagem?

Fomos passear pela cidade em um dos dias em que estivemos bons e encontramos esse parque super bacana. Não me lembro o nome agora, mas prometo procurar. As pessoas se reúnem nele no final da tarde para soltar pipas. Muito relaxante e divertido. Ficamos lá só de bobeira observando as pipas e tirando fotos.

Bangkok - pipas
Bangkok – pipas

Apesar dos pesares, os dias que conseguimos viver Bangkok foram especiais. Quando digo que não fomos tão felizes, é porque poderíamos ser sido muito mais. Bangkok não pára. Templos, palácios, museus, parques, mercados, shoppings, ótimos restaurantes, sorvete de coco, insetos fritos, neon, budismo, muita música e massagem. Tudo isso e mais um pouco fazem de Bangkok uma cidade imperdível para quem quer conhecer a Ásia.

Sorvete de coco servido no coco. Muito tradicional em Bangkok
Sorvete de coco servido no coco. Muito tradicional em Bangkok

Mas é mais imprescindível ainda, para quem quer ver com seus próprios olhos como a Ásia está se movimentando para se tornar a potência do futuro.

Bangkok
Bangkok

 

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