Tailândia e nossas últimas impressões

Meio estranho publicar esse post hoje, dias depois do golpe militar na Tailândia. A um mês atrás estávamos lá vivendo o dia-a-dia e a euforia de um dos lugares mais pulsantes em que já estivemos. E, de repente, nos deparamos com a notícia… Foi muito estranha a sensação que sentimos, afinal a Tailândia não é mais um sonho, ela se tornou realidade pra gente! De qualquer forma, torço para que o país encontre seu caminho rápido e saia dessa situação o quanto antes. De minha parte, vou contar como foram nossos dias nesse país incrível e torcer também para encorajar outros viajantes!!!

Praia em Koh Tao
Praia em Koh Tao

Quem leu os posts anteriores com certeza vai saber o final deste. Mas, não vou esperar chegar no final para dizer que adoramos a Tailândia! Vamos começar recapitulando ponto a ponto o post “Primeiras impressões”.

Simpatia. Aqui está um ponto controverso. Embora a maioria dos blogs de viagem afirmarem que a Tailândia é o país dos sorrisos ou o país da simpatia, vou discordar e dizer que não achamos tudo isso. É claro que não é um povo rude, muito longe disso, mas não é também um mar de brigadeiro. Não sei se nossa expectativa era muito alta depois dos nossos primeiros dias em Bangkok ou se nós fomos muito exigentes, mas acabamos nos decepcionado com alguns tailandeses.

Existe uma suposta simpatia e disposição para ajudar. Acontece assim: eles veem que você está procurando alguma coisa no mapa ou pedindo alguma informação e se aproximam voluntariamente, perguntando para onde você quer ir.  Então, começam a dizer um monte de mentiras como: “o museu está fechado, só abre à tarde, você deve tomar um tuk tuk e fazer compras” ou “nessa rua tem protesto, não vá a pé, pegue um tuk tuk” e muitas outras. Em nossos dois primeiros dias, antes mesmo de irmos para o Vietnã, nós acreditamos, claro, e nos demos muito mal. Quando retornamos, já estávamos mais acostumados, não demos ouvido a absolutamente nada e a conclusão foi: tudo era mentira. TUDO! Assim, nossa dica de ouro é: não acreditem nas pessoas que se aproximam do nada e parecem querer te ajudar. Siga seu caminho e seja feliz! Acho que foi por causa disso que ficamos um pouco de bode com essa “simpatia tailandesa”. De qualquer forma, encontramos pelo nosso caminho pessoas boas e gentis, mas também pessoas sem paciência nenhuma e até agressivas.

O transporte público é muito bom mesmo, começando pelo metrô que liga o aeroporto ao centro (o que ainda não temos em São Paulo), mas funciona bem em Bangkok. Em Chiang Mai, predominam principalmente o tuk tuk e um tipo de caminhãzinho fechado, que parece ser o transporte oficial da cidade.

Metro
Metrô

Ônibus em Chiang Mai - negociei com o motorista antes de subir e pague quando descer.
Ônibus em Chiang Mai – negocie com o motorista antes de subir e pague quando descer.

Tuk tuk em Chiang Mai. Esse de três rodas, a gente não experimentou, mas ele é tão bonitinho
Tuk tuk em Chiang Mai. Esse de três rodas, a gente não experimentou, mas ele é tão bonitinho

Ônibus em Bangkok
Ônibus em Bangkok

A Tailândia é mesmo um país quente pra chuchu. Muito úmido também. Foi por pouco que quase não morremos de calor em Chiang Mai e Koh Tao, afinal, nossos quartos só tinham ventilador. Foi difícil dormir, inclusive. Perto das 23h, a temperatura estava em 30 graus… Inacreditável! Chapéu, guarda-chuva, vale tudo para se proteger um pouco do sol durante o dia. Lembram que em Bangkok eu fiquei com insolação?

Embora muita gente fale inglês e seja muito fácil se comunicar com os tailandeses, eles definitivamente não reconhecem os nomes das ruas quando escritas em nosso alfabeto. Para nos locomover tranquilamente sempre procuramos ter o nome da rua escrito no alfabeto deles, principalmente na relação com os taxistas.

Aqui vai outra dica de ouro: use o GPS. Mesmo sem ativar nossa conta da Vivo conseguimos captar o sinal da companhia local e usar o GPS. O Paulinho sempre carrega o mapa da nossa próxima cidade no GoogleMaps e quando chegamos no lugar, além de ter uma ideia de onde estamos, conseguimos mostrar o mapa para as pessoas com o nome das ruas no alfabeto local. Isso facilitou demais a nossa vida e agora não conseguimos mais viver sem o GPS.

É grande o volume de poluição, principalmente em Bangkok. Mas o interessante é que, diferentemente do Vietnã, não vimos quase ninguém usando aquelas máscaras de proteção

Budismo é a religião de 95% dos tailandeses. Imagens e estátuas de Buda estão por todos os lugares. A tradição de tirar os sapatos para entrar nas casas também. Nunca desrespeite isso, pois os pés são considerados impuros. Entrar dentro de templo budista calçado é uma grande afronta. Vimos uma turista muito sem noção fazer isso e o guarda do templo quase infartou.

Wat Pho
Wat Pho

Templo Budista
Templo Budista

A comida é realmente diferente da comida tailandesa vendida no Brasil. Na culinária tradicional mesmo, eles não comem muito noodles e nem tudo vai leite de coco. Eles também não misturam frutas e não comem muito peixe. Por toda Tailândia, encontramos um prato que chama Phad Thai.  Pelo que havíamos lido, parecia ser um prato tradicional e bem gostoso. Ele é gostoso mesmo, então imaginem nossa surpresa quando descobrimos que os tailandeses não comem Phad Thai! Nossa professora de culinária nos explicou que o Phad Thai foi desenvolvido para agradar aos turistas e só nós turistas comemos. E como comemos…

 

Nosso Phad Thai de todos os dias...
Nosso Phad Thai de todos os dias…

E a cozinheira...
E a cozinheira…

Três figurinhas fáceis na Tailândia: barraquinhas de rua para comer, o Rei e o 7Eleven.

As barquinhas de rua vendem de tudo e a que mais frequentávamos eram as de suco e as de Phad Thai.

O Rei se chama Bhumibol Adulyadej e parece que o nome dele representa: “Força do Incomparável Poder da Terra”. Ele é adorado na Tailândia. Tem 86 anos e está a quase 68 anos no poder. UFA!

O Rei
O Rei

O Rei
O Rei

O 7Eleven é rede de conveniência japonesa, muito, muito popular no sudeste da Ásia, mas na Tailândia é quase um espírito onipresente. Não importa onde você está, tem sempre um na esquina te observando.

 

7Eleven
7Eleven

Praias maravilhosas. Aguinha cristalina e morna. Esse é o resumo das duas praias que visitamos. Em Koh Tao o mar era bem sossegado, sem ondas, uma piscina de água bem azul. Em Railay, o mar um pouquinho mais agitadinho e de água cor verde-esmeralda, além de beleza exuberante da natureza. Foi tão difícil deixar a praia…

 

Railay Beach
Railay Beach

Railay Beach
Railay Beach

Mergulho em Koh Tao
Mergulho em Koh Tao

A Tailândia é uma daquelas jóias que existem no mundo. Mas que ainda tem algumas coisas para melhorar como o alto índice de prostituição e distribuição de renda (há muita gente pobre lá). Pra ser sincera, não vimos muitos mendigos ou moradores de rua, ou pelo menos eles não fazem parte do circuito turístico.

Nas ruas, muito, mas muitos turistas! Todo ano, Bangkok está na disputa pela cidade mais visitada no mundo, mas nas quatro cidades que visitamos, encontramos muita gente. Aeroportos lotados sempre. Acreditamos que os principais fatores que podem contribuir são: 1) tudo é muito barato, 2) o povo é bastante receptivo no geral, 3) praias maravilhosas, 4) a curiosidade que desperta um país tão diferente nos viajantes, 5) ótima culinária , 6) clima tropical e 7) excelente infra-estrutura para o turista. Não é pra menos, né?

Encontramos essa figura no Chatuchak Market
Encontramos essa figura no Chatuchak Market

Songkran Festival - nossas arminhas
Songkran Festival – nossas arminhas

 

Singha - a cerveja dos viajantes
Singha – a cerveja dos viajantes

Budismo
Budismo

Nossa primeira refeição em Bangkok: arroz com frango sweet & sour (meio doce, meio salgado). Delícia!
Nossa primeira refeição em Bangkok: arroz com frango sweet & sour (meio doce, meio salgado). Delícia!

Destino obrigatório para quem quer conhecer a Ásia, experimentar coisas completamente novas, comer comida com bastante chilli e descobrir como um país luta para se desenvolver sem deixar morrer sua religiosidade. A Tailândia é assim, apaixonante! Já nos deixou saudades!!!

Dicas:

A Tailândia tem um sistema ferroviário invejável e cobre todo o país. É ótimo e barato. No entanto, se você planejar andar de trem por lá é importante saber que você PRECISA comprar a passagem com 4 dias de antecedência, caso contrário, vai ter que se locomover com outro meio de transporte. O trem é muito popular e, por isso, cheio.

Cuidado com ônibus noturno. Ouvimos algumas histórias de pessoas que foram assaltadas enquanto dormiam. Sempre que puder, peça a indicação do hotel ou hostel. Lomprayah é uma das melhores opções.

Se o orçamento for apertado, é possível reservar um hotel mais barato sem café da manhã e comprar o café no 7Eleven.

Evite o verão (maio, junho, julho e agosto). Além do clima ser muito quente, chove horrores.

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7 COMENTÁRIOS

  1. Olá, tudo bem?!
    Estou planejando um mochilão no fim do ano para a Ásia e estou supeer perdida para montar o roteiro! Até agora pelo que eu pesquisei os lugares para se conhecer são: tIbet, nepal, myanmar, tailandia, laos, comboja, vietna, filipinas, indonesia, cingapura, sri lanka e malásia. Mas vou ficar só um mês e acho que são muitos lugares e não sei por quais decidir.. Será que você pode me dar algumas dicas?!
    Obrigada!!

  2. Nossa que texto gostoso de ler Pam!! Me senti na Tailândia de novo 🙂
    Realmente a simpatia deles é bem duvidosa e muitas vezes mau intencionada, eu tbm passei por isso mas como bons (e espertos) brasileiros nós somos, não caímos nessas historias….. As praias são incríveis, eu na verdade fiquei so dois dias em Bangkok e o resto so nas praias!
    Parabéns pela coragem e braveza de colocar a mochila nas costas e ir ver o mundo, vocês são aqueles que realizam o que muitos querem mas não teriam a ousadia de fazer!
    Quero acompanhar de perto tudo isso, apesar de ter chegado so agora (eu tava super sem internet) já li bastante e quero saber tudo da Russia e o restante da viagem! Ai me conta, quais são os próximos passos? Europa toda? E dpois? … rs
    Muitos beijos!!!

    • Oi Má!!! Estou amando que você chegou! Saudades imensas de você! Realmente, a Tailândia é o máximo e imagino o quanto você gostou das praias… rs. Que bom que gostou do texto, fiquei feliz!
      Sobre os próximos passos, estamos terminando a Rússia em uma semana e depois vamos para alguns países da Europa Central (Rep. Checa, Hungria, Croácia, além de Polônia e Turquia). Depois, vamos seguir para Bélgica, Luxemburgo e França (mas tudo em uma semana). Passamos um mês na Inglaterra e de lá, vamos para Alemanha, Espanha e Holanda! Por enquanto, esse é o plano. Pretendemos voltar até o final de setembro! Parece muito, mas é tão pouquinho, né… beijos

  3. Deu vontade de visitar! Mas, escuta, não passou pela cabeça de vcs o que poderia ter acontecido se vcs estivessem lá em pleno golpe militar? Achei um pouco assustador mas tb curioso…sei lá…Bjs e até o próximo post.

    • Oi Rody,
      Essa é uma boa pergunta. Como as manifestações começaram ainda no ano passado, antes de sairmos do Brasil, nós já sabíamos que isso podia acontecer. Até mudamos o roteiro e deixamos a Tailândia para abril. Como estava tudo calmo, não ficamos com medo em nenhum momento (até porque nem se cogitava um golpe militar) e curtimos pra caramba! Mas, não temos a menor ideia do que poderia ter acontecido, mas com certeza seria uma experiência única. Ao menos, lemos eles estavam tentando não assustar os turistas. O golpe em si foi bem pacífico, como tudo na Tailândia. Eles são um povo de paz. Até o próximo post!!

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