Deliciosa Bruxelas: parques, waffle, cerveja e chocolate.

Ah, a Bélgica! Tão pequena e tão cheia de amor! <3

Bélgica
Bruxelas

Bruxelas
Bruxelas

Quando decidimos que nosso roteiro incluiria a Europa, nossa primeira certeza era: “vamos passar na Bélgica”! Porque na Bélgica estão o Otávio e a Tamara, primos mais do que queridos e motivo mais do que suficiente para a visita! Já fazia dois anos que não nos víamos (e isso é bem pouco comum na nossa família) então a saudade estava apertada. Planejamos tudo e o Otávio até tirou férias do trabalho, mas… Parecia tão longe… Nossa, só em julho? Eis que de repente, nos vimos descendo do ônibus em Bruxelas e encontrando o Otávio, que era só sorrisos, esperando pela gente na plataforma.

Mas o carinho e aconchego da família não pararam por aí não! A Tamara estava esperando a gente na cozinha da casa deles com um salmão assado e um tomatinho recheado de camarão! Coisa muito fina e deliciosa! É… Nada como chegar em casa.

Mesmo com pouco conhecimento sobre o Bélgica, queríamos aproveitar o máximo nosso tempo lá (e nossos guias particulares) e decidimos visitar além da capital, Bruges e Gent: duas cidadezinhas ma-ra-vi-lho-sas há menos de 2 horas de Bruxelas. Roteiro definido, chegou a hora de cair na estrada.

E onde fica mesmo a Bélgica? A Bélgica é um país pequenininho na parte ocidental da Europa, que tem uma ponta no oceano, onde fica o famoso porto de Antuérpia. Ao norte, fica a Holanda, à direita, a Alemanha e ao sul, a França. Seus quase 11 milhões de habitantes se dividem em flamengos (que falam um holandês adaptado) os valões (que falam francês) e um pequeno grupo  na parte sul do país que fala alemão. Mas, praticamente todo mundo fala inglês, o que deixa nossa vida de turista bem mais fácil.

A Bélgica é um reino com rei e família real, rsrs. Na verdade, com dois reis. Explico. O atual rei é Filipe I, filho de Alberto II, que abdicou do trono no ano passado. Alberto explicou durante o discurso da renúncia, que o fazia porque não tinha mais energia e saúde para oferecer o seu melhor ao país e aos cidadãos.

A figura do rei na Bélgica é ainda bem forte, por conta da sua importância diplomática. Imaginem, um país com três línguas oficiais, três grupos distintos; dois dos quais (valões e flamengos) estão sempre em conflito um com o outro. Assim, o rei é o elo principal entre os falantes de holandês e os de francês. Ele é o responsável por apaziguar os ânimos e restabelecer o diálogo quando alguma coisa sai fora do lugar. E olha que o rei tem um trabalhão danado nessa função.

Sim, a Bélgica é um país dividido. Pela constituição, o Parlamento deve ter sempre o mesmo número de representantes valões e flamengos. Tudo, absolutamente tudo em Bruxelas é escrito nos dois idiomas: nomes de rua, cardápios de restaurantes, anúncio de emprego, estações do metrô, e o que mais você conseguir imaginar.

Mas, a Bélgica é muito mais do que conflitos e monarquia. Ela é dona do melhor, me-lhor, MELHOR waffle do mundo! Sério mesmo! Verdade absoluta! E claro que nossos primos nos levaram (mais de uma vez) para experimentar esse milagre humano. Waffle quentinho, crocante, caramelizado e com mil opções de cobertura. Eu já estava super ansiosa para experimentar (momento gordice!), e depois que comi o primeiro, não consegui parar mais. E pra alucinar a gente de uma vez por todas, uma doceria oferece esse formato inusitado aí de baixo: waflle  recheado com pedaços de chocolate. Dá só uma olhada!

Waffle com recheio de chocolate
Waffle com recheio de chocolate

Melhor waffle na minha humilde opinião
Melhor waffle na minha humilde opinião

É… Dá pra salivar o dia todo!

Por acaso, se você está pensando que não fizemos outra coisa senão comer waffle, está gulosamente enganado. Sim, a Bélgica tem muitos lugares pra lá de encantadores pra conhecer. Começamos por Bruxelas. E a primeira coisa que fizemos foi visitar um museu de carros antigos, porque o Paulinho AMA carros.

Museu Autoworld

Onde fica: Parque do Cinquentenário

Como chegar: estação de metro Merode

Quanto custa: 10 USD

Quanto tempo: 2 a 4 horas

O museu é impressionante, mesmo pra mim que não curto tanto assim essa coisa de carros. Imagina pro Paulinho? Toda a história de desenvolvimento dos veículos automotores, suas versões ao longo da história. A ala sobre as versões pós segunda guerra é especialmente interessante. Quase 300 carros no acervo, motores e outros componentes também são apresentados sempre em um contexto histórico, salientando o estilo de vida das pessoas da época e a relação delas com o carro. O museu também é recheado de motos e tem até aviões. Ah, e estava rolando uma exposição temporária super bacana da Maserati.

Autoworld
Autoworld

Autoworld
Autoworld

Autoworld
Autoworld

Autoworld: Tamara eu eu relaxando enquanto os meninas babavam nos Maseratis
Autoworld: Tamara eu eu relaxando enquanto os meninos babavam nos Maseratis

Autoworld
Autoworld

Não tivemos muita oportunidade durante a viagem de ver museus como esse e adoramos. Além da grande coleção, a organização deve ser elogiada: os veículos estão super bem expostos e a iluminação é muito agradável. Quem gosta de carros (ou quem gosta de museu), pode incluir no roteiro sem medo. Ele fica em uma das extremidades do Parque do Cinquentenário, pertinho do que é o acro do triunfo deles.

O Parque do Cinquentenário também é uma passagem obrigatória. Construído em 1880 para comemorar os 50 anos de independência da Bélgica, o parque é lindíssimo. Vale investir um tempo andando e admirando os jardins e as lagoas. Não paga nada! 😉

Parque do Cinquentenário: Arco do Triunfo
Parque do Cinquentenário: Arco do Triunfo

Parque do Cinquentenário
Parque do Cinquentenário

Mas o que nos impressionou mesmo foi o Gran Place, ou Grote Markt: uma praça inacreditavelmente encantadora, no centro da cidade. Imagine você andando em uma das ruazinhas charmosinhas do centro e de repente você está dentro da praça. Meus olhos ardiam de tanta lindeza! Não dá pra decidir para que lado olhar primeiro. É com certeza, uma das praças mais bonitas que já vimos. Pequena, com seus prédios imponentes e cheios de detalhes, não conseguíamos mais parar de tirar fotos.

Gran Place
Gran Place

Gran Place
Gran Place

Gran Place
Gran Place

Parque do Cinquentenário
Parque do Cinquentenário

E como toda praça na Europa, você pode simplesmente sentar ali no chão e contemplá-la até anoitecer, quando ela consegue ficar ainda mais charmosa, toda iluminada! As estações de metro mais próximas são “De Brouckere” e “Gare Centrale”.

De lá, com um pulinho, chegamos à famosa estátua do menino fazendo xixi, o Manneken Pis. Pouco se sabe sobre a história da estátua e qual sua real intenção. A original data de 1619. O pequeno garoto é tão famoso, que de lá pra cá, muita gente tentou roubá-lo, entre eles, os exércitos britânico e francês, acreditam? Mas não deu certo.

Quem conseguiu mesmo foi Antoine Lucas, um ex-prisioneiro, que em 1817 não só roubou, como despedaçou a coitadinha da estátua. A que vemos hoje é uma réplica, que, simpaticamente, está sempre fantasiada de acordo com as datas comemorativas do país. O guarda-roupa da celebridade com certeza é maior que o meu: dizem que há mais de 100 roupas diferentes.

Manneken Pis
Manneken Pis

Agora, o que ninguém pode imaginar é o seu tamanho. Quando olhamos as fotos, parece que ela é grande, mas é difícil conter a frustração quando confirmamos, com nossos próprios olhos, o tamanho real: 30 cm… De novo, 30 cm… Mas é o Manneken Pis, símbolo máximo de Bruxelas!

Manneken Pis
Manneken Pis

Durante a semana que ficamos lá, estava rolando a famosa “prainha”, Les Bains (em francês), que significa banho de mar. A prefeitura espalha areia na beira do canal, construindo uma praia artificial. Ali, são montados muitos barzinhos da cidade (alguns brasileiros, inclusive).

Sim, o sol é tão aguardado por eles que eles fazem de tudo para aproveitar o máximo a estação. É muita gente animada dançando, jogando bola, tomando caipirinha. E foi lá que comemos pastel… depois de 5 meses sem esta deliciosa iguaria brasileira. Nem preciso dizer que quase choramos de emoção!!!

Le Bains
Le Bains

Le Bains
Le Bains

Le Bains
Le Bains

Le Bains
Le Bains: bar do pastel

Le Bains
Le Bains

Cheguei a comentar em nossa fanpage sobre a construção da Torre Eiffel, em 1889, especialmente para a Exposição Universal. Pois bem, em 1958, foi a vez da Bélgica sediar o evento e, dando continuidade à tradição, o país construiu o Atomium.

Atomium
Atomium

O Atomium representa um cristal de ferro, uma espécie de molécula (químicos, me perdoem pela ignorância, rs) gigante, que mede 100 metros. Como a Torre Eiffel, o Atomium também foi pensado para durar pouco tempo, neste caso, apenas 6 meses. Mas, o sucesso foi tão grande que ele se tornou parte permanente do cenário da cidade e junto com o Manneken Pis, um dos lugares mais visitados pelos turistas.

Atomium
Atomium

Escultura perto do Atomium
Escultura perto do Atomium

O Atomium fica ao lado do Estádio Balduíno I em Heysel Parque. Perto dele, fica também o Parque da Mini-Europa, um parque com réplicas dos principais monumentos do mundo (Torre Eiffel, Taj Mahal, Catedral de Santiago de Compostela, Big Ben, Atomium, etc…) Infelizmente, fui voto vencido e não visitamos a exposição. Mas, na minha próxima ida a Bélgica não perco de jeito nenhum!!!

Por fim, não podíamos deixar de conhecer o Parlamentarium, mais conhecido como Parlamento Europeu, sede da União Europeia.

 Parlamentarium

Onde fica: Rue Wiertz 60

Como chegar: estação de metro Maalbeek

Quanto custa:  gratuito

Quanto tempo: 2 a 4 horas

Bruxelas foi escolhida a cidade-sede da União Europeia, pela sua neutralidade histórica (a Bélgica quase sempre prefere ser neutra em situações de guerra e outras questões diplomáticas) e também pela sua centralidade física no continente.

Nossa expectativa era poder visitar o parlamento em si, as salas de reunião e a grande sala de votação, mas essa visita só é possível na parte da manhã e, como fomos à tarde em nosso último dia, não rolou. Ficamos só com a parte do museu mesmo, que é demais de bacana.

Super interativo, conta a história da formação do Parlamento, começando pela situação da Europa no século passado, pelas guerras, até chegar ao presente. Os inúmeros recursos audiovisuais e a iluminação fazem do museu um lugar super agradável. Dá pra passar o dia todo lá, lendo as histórias, ouvindo depoimentos, analisando fotos… Bem interessante mesmo. Vale super a pena, para entender o ponto de vista da comunidade sobre a importância de se manter os países unidos.

Parlamentarium
Parlamentarium

Parlamentarium
Parlamentarium

Parlamentarium: mapa dos lugares de cada representante europeu
Parlamentarium: mapa dos lugares de cada representante europeu

Também passamos na frente do Palácio Real, fechado, claro. Andamos pelas ruas do centro e comemos na rua dos bares e restaurantes, que se chama Beenhowerstraat, isso mesmo, esse nome difícil. Bem estreitinha, à noite fica muito fofa, toda iluminada e cheia de gente. Um dos pratos mais típicos é o Moules Frites, mexilhões servidos com batata frita, que quase todo mundo come, menos nós, que não gostamos de frutos do mar. Não conseguimos. Deixamos passar.

Palácio Real
Palácio Real

Mas, o que não poderíamos deixar pra trás era a batata frita e os chocolates. PURA PERDIÇÃO, assim como os waflles. A batata é macia, bem sequinha, com pouca gordura e acompanha uma maionese mara. Só cuidado com o tamanho das porções: são gigantes. O chocolate todo mundo já conhece a fama. Nem preciso convencer ninguém, imagino (ou tem algum louco aqui?). Em matéria de gordices delícia, a Bélgica é TOP 1 em nosso ranking.

Há ainda muitos museus na cidade (história, ciência, aviação), muitos outros parques, catedrais, bairros (como o muçulmano) que o viajante pode explorar sem hora pra voltar pra casa. Cidade mega agradável, comida ótima, sobremesas melhores ainda, cervejas para todos os gostos (para as meninas, experimentem qualquer uma de frutas vermelhas, são sensacionais) e pessoas esbanjando simpatia.

Imaginem como foi sofrido pra gente deixar a Bélgica e a companhia super querida do Otávio e da Tamara, que além de tudo, foram excelentes guias turísticos! <3

Paulinho e eu já combinamos: a Bélgica será sempre parada em outras viagens que incluam a Europa. Não vamos conseguir viver sem aqueles waffles…

Dicas:

  • A Bélgica é um país caro. Sabem aquela máxima: “quem converte não se diverte?” Então. Dica valiosa.
  • O clima é muitooooo instável. Leve sempre uma blusa ou um xale na bolsa.
  • Procure entender a história e o presente do país. São muito interessantes, principalmente a questão dos grupos linguísticos e a manutenção da monarquia.
  • Experimente (e coma o máximo que puder) os waffles nas lojas Vitaulgrafe (waffle recheado) e Le Funambule (waffle com cobertura).
  • Procure um hotel perto do Gran Place porque o transporte público é um pouco caro.

Como chegamos: ônibus de Praga
Quanto custou: 110 USD/pessoa
Quanto tempo levou: 15 horas
Gasto médio/dia: 70 USD/pessoa
Depois de Bruxelas: Londres

Onde nos hospedamos: Casa do Otávio e Tamara (opção só para os chegados)
Quanto custou: foi na amizade.

Bruxelas
Bruxelas

Bruxelas
Bruxelas

Bruxelas
Bruxelas

Casinha mais fofa
Casinha mais fofa. Dois, sempre gratos por tudo. Esperamos retribuir à altura

E uma hora, partimos
Mas uma hora, partimos

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13 COMENTÁRIOS

  1. Bruxelas é uma cidade que eu amo. Não consigo imaginar uma visita à cidade sem dar uma passada em bares como o Delirium Café, Moeder Lambic e a cervejaria Cantillon. E também não dá pra não comer as batatas fritas.

    • Olá Maurício, obrigada pela visita!!! Os nomes das lojas estão no final do post em DICAS: “Experimente (e coma o máximo que puder) os waffles nas lojas Vitaulgrafe (waffle recheado) e Le Funambule (waffle com cobertura)”.
      Eles são incríveis mesmo! 😉

  2. Aha! Eu SABIA que vocês ficaram com vontade de voltar para nos visitar, mesmo que sejam atraídos apenas pelos waffles e pela mini Europa, estão perdoados hauhauahuahuahuh, beijos meus queridos, espero que voltem logo!!

    • Tá! Vocês são o amor que existe em Bruxelas!!! Juntando com o waffle e a mini Europa não tem lugar melhor! <3
      Voltaremos "mais logo" do que imaginamos, rsrsrs.

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